Ele é o sedan médio que talvez tenha maior renome em nosso país, possuindo uma legião de fãs fervorosos, sendo que alguns não trocam seus Corollas por outros modelos da concorrência, apenas saem de um para outro. Bom, hoje falaremos categoricamente sobre a décima segunda geração do Toyota Corolla, mais especificamente da versão mais vendida, a intermediária XEi, que se destaca como ponto de equilíbrio na gama do modelo da marca japonesa.
Com diversas novidades, já destacadas em review passado, ele ainda mantém diversas das qualidades que se espera dele e que são preservadas há anos, mas claro que como todo veículo existem alguns pontos negativos e que aqui serão postos. Com preço público sugerido a partir de R$ 110.900, representa um salto não muito elevado em relação ao preço do Corolla XEi passado, ou seja, a marca ainda pretende que seja a versão mais volumosa em vendas do modelo com um custo x benefício atrativo. Veja agora as primeiras impressões do modelo.
Vale destacar que o Toyota Corolla comercializado em nosso país possui como base o modelo europeu e não o americano, como muitos desejariam, mas isso tem uma explicação. O público majoritário do modelo tanto aqui quanto lá é de apelo mais conservador, já o americano busca traços mais esportivos, coisa que por aqui talvez não vingaria muito.
O resultado ficou muito bom, atraindo públicos de todas as idades, uma vez que a Toyota também buscou um modelo que retirasse um pouco do estigma de “carro de vovô”. Possui na versão XEi rodas de liga leve de 17 polegadas na cor cinza, assim como na geração anterior, que por sinal é a mesma roda da versão topo Altis, mas nela possui acabamento diamantado.
Os faróis estão com desenho mais compacto sob a geração passada, ganharam projetor anteriormente disponível apenas nas versões acima e infelizmente a iluminação é halógena, exceto no DRL no farol de neblina, ambos em LED. A lanterna traseira que na versão XEi possuía partes em LED desde o ano de 2011 agora é totalmente halógena, simbolizando uma perda considerável na mudança de geração, futuramente merece correção de parte da marca.
O Toyota Corolla cresceu 10 mm no comprimento total em relação ao modelo anterior, tendo 4.630 mm atualmente. Na largura são 1.780 mm (5 mm a mais), mas o modelo está 20 mm mais baixo para garantir maior experiência de condução, inclusive, ficando com 1.455 mm e seu entre-eixos está mantido em 2.700 mm de comprimento. Seu tanque de combustível nessa versão possui 50 litros de capacidade e o porta-malas também está igual ao anterior com 470 litros, medida boa e na média, mas que poderia sim ter sido um pouco aumentada, apesar de que aparentemente está mais comprida, mas menos larga.
Internamente o Toyota Corolla possui o mesmo padrão de conforto já tradicional para ele, mas durante o tempo que permaneci no banco traseiro pude reparar um certo acanhamento em relação a geração anterior, sobretudo de quem vai no meio do veículo. Apesar disso, nada que venha a comprometer o propósito de levar uma família com conforto e segurança em viagens, entre outras situações. A posição de dirigir está um tanto mais baixa em relação aos antigos Toyota Corolla, mas também agrada o público mais conservador nesse aspecto.
A Toyota mais uma vez caprichou no acabamento do sedan médio mais vendido do país, interior predominantemente utilizando materiais suaves ao toque, inclusive couro, apresentando uma interessante costura no painel, nada de imitação como na geração anterior. Fica um porém para a continuidade do painel ao lado esquerdo do volante, imediatamente abaixo da saída de ar do canto esquerdo, aquela região que aparenta ser revestida é totalmente plástica, mas nada que venha a comprometer a estética e o bom nível de montagem já conhecido da marca.
Uma crítica que julgo interessante fazer está nas maçanetas internas que também estão presentes nas versões GLi e Altis Hybrid sem o Pack Premium. Como nesses casos o interior possui predominância da cor preta, a Toyota também fez as maçanetas na mesma cor, mas o aspecto não ficou bacana e denota má impressão no que tange a qualidade daquilo. Nas versões com interior claro, a maçaneta é na cor prata e o mesmo deveria ser aplicado a todas as versões, fica a sugestão para a marca.
Ergonomicamente falando, o Toyota Corolla 2020 cumpre bem o seu papel, com comandos bem localizados e de certo modo didáticos, ou seja, de fácil entendimento e o usuário não encontrará dificuldades em manusear os comandos do modelo. Um ponto negativo fica nos botões dos vidros elétricos que não possuem qualquer iluminação, dificultando a utilização para algumas pessoas no período noturno, por exemplo. Outro ponto que julgo negativo fica nos apoios de cabeça traseiros fixos ao banco, estratégia utilizada por algumas concorrentes no segmento com a proposta de transmitir esportividade, mas traz ligeira impressão de redução de custo. Além disso, traz paddle shift e o controle de cruzeiro passou a vir com comandos no volante, facilitando o uso.
Tomando como referência a aferição do INMETRO, o consumo do Toyota Corolla XEi 2.0 Dynamic Force CVT é o seguinte: em trecho urbano as médias são 8 km/l com etanol e 11,6 km/l na gasolina e em trecho rodoviário são 9,7 km/l no etanol e 13,9 km/l na gasolina
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O Toyota Corolla XEi 2020 traz os seguintes itens de série: ar-condicionado digital automático de uma zona, direção elétrica, vidros elétricos one touch, travas elétricas, retrovisores externos elétricos eletrorretráteis, faróis de neblina em LED, ar-condicionado automático de uma zona, interior preto com revestimento total em couro, chave presencial Smart Entry com partida por botão Start Button/Push Start, rodas de liga leve com tonalidade escurecida de 17 polegadas, controle de velocidade de cruzeiro (piloto automático), retrovisor interno eletrocrômico, modo Sport de condução, paddle shift para trocas manuais, interior revestido em couro preto, banco do motorista com regulagem manual, bancos traseiros bipartidos com apoio de braço central e porta-copos, apoios de cabeça embutidos na traseira, volante regulável em altura e profundidade, painel analógico + computador de bordo com tela de 4,2 polegadas colorida em TFT, faróis halógenos com luz diurna em LED e ajuste de altura, central multimídia Toyota Play touchscreen de oito polegadas e as seguintes funções: rádio, MP3, USB, Bluetooth, espelhamento SDL, Android Auto ou Apple CarPlay e câmera de ré, controles eletrônicos de tração e estabilidade, freios ABS com BAS e EBD, sistema ISOFIX, sete airbags (frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista), entre outros itens.
Bom, a lista de equipamentos de série é sim atraente, mas com poucas evoluções em relação ao XEi anterior, adicionando luzes de LED nos faróis de neblina e a nova central multimídia que evoluiu muito, mesclando comandos touchscreen e físicos, proporcionando celeridade e melhor processamento, além de trazer finalmente Android Auto e Apple CarPlay. A qualidade sonora do modelo é boa, mas pelo preço cobrado poderia ser melhorada até certo ponto, sem muitas evoluções sob o Corolla anterior.
Pelo valor cobrado poderia também trazer itens que são ofertados em versões acima como sensor de chuva, faróis e lanternas em LED, ar-condicionado de duas zonas e um quadro de instrumentos que por mais que não fosse digital como nos Corolla Hybrid, apresentasse um aspecto mais condizente com o modelo, não muito simplificado, mas de fácil compreensão como esse adotado. Também fica devendo retrovisor interno eletrocrômico, saídas de ar e entradas USB para os ocupantes traseiros, sensor de ré e freio de estacionamento eletrônico, inclusive esperado pelo público e não adotado em todas as versões.
Partindo do pressuposto que a versão XEi é um certo ponto de equilíbrio na gama Toyota Corolla e suas outras versões, inclusive o salto de R$ 14.000 dele para as versões Altis 2.0 e Altis Hybrid (que possui praticamente os mesmos itens), o valor praticado pela marca na versão intermediária do modelo está consideravelmente agressivo para a concorrência.
Traz itens interessantes, mas como todo veículo fica devendo em certos pontos e fica aqui o meu anseio para que sejam corrigidos num futuro próximo. Possui numa faixa de preço próxima o VW Jetta Comfortline, Honda Civic EX/EXL, entre alguns outros, cada um com seus pontos positivos e negativos, e tendo estes dois modelos como exemplo, ambos trazem freio de estacionamento eletrônico e o Jetta traz faróis em LED, mas o rival japonês não traz recursos de condução semi autônoma presentes nas versões mais caras do Toyota Corolla.
Para PcD ainda não dispõe de bônus concedido pela Toyota, ficando apenas com a isenção de IPI e redução de aproximadamente R$ 11.000, que pode parecer pouco, inclusive esperamos políticas de incentivo para a aquisição do modelo no plano PcD, reforçando mais ainda o caráter de bom custo x benefício do modelo visto nas vendas públicas.
Muito aguardada a chegada da 12ª geração desse best seller que conquista uma legião de fãs ainda maior a cada inovação. Possui elevado nível de conforto, de padrão de acabamento, qualidade construtiva, pós-venda elogiado por uma grande quantidade de proprietários da marca, além de outros triunfos conquistados ao longo do tempo.
Não veio a motorização turbo que muitos anseiam e gostam bastante, mas veio uma motorização 2.0 aspirada completamente nova, tecnológica e com dupla injeção, além de Ciclo Atkinson (mais comum em modelos de propulsão híbrida), aliando a uma transmissão automática do tipo CVT com dez velocidades, sendo a primeira marcha convencional para proporcionar melhor desempenho e retomada.
Compensa levar para a garagem? Logicamente essa questão vai de gosto e necessidade, além de condição, claro. A meu ver o modelo está competitivo sim, com boa lista de equipamentos, custo x benefício adequado, entre outras características. Obviamente existem pecados, como todo veículo, mas cabe a você, caro leitor, destacar necessidades e prioridades para pesar na balança levar o modelo ou não. Quanto ao valor PcD, ainda não há bônus, o que pode inviabilizar um pouco para algumas pessoas, mas vejo como impeditivo.
Fique ligado, em breve teremos mais avaliação do Toyota Corolla aqui no Mundo do Automóvel para PcD.
Agradecimento especial ao gestor comercial André Morais da Toyota Toyolex na cidade de Natal-RN pela cortesia e consideração que dispensou durante a visita nas dependências da loja. Telefone: (84) 3606.3434.