Peugeot 2008 GT: personalidade é seu ponto chave

SUV compacto foi avaliado por 40 dias pelo M.D.A, veja os principais pontos do veículo.

Peugeot 2008 GT 2025

Eis aqui o último veículo testado pelo Mundo do Automóvel para PcD de 2024, mas ao mesmo tempo é o primeiro de 2025, mas por qual razão? Isso, pois avaliamos por um período de quarenta dias o Peugeot 2008, SUV compacto da marca francesa que estreou nova geração no Brasil recentemente, sendo o exemplar na versão topo de linha GT.

Fazendo um pequeno histórico do 2008, a marca francesa o lançou no mercado brasileiro no longevo ano de 2015, ainda derivado da primeira geração do hatch compacto 208. Era muito mais um 208 SW do que um SUV de fato, mas verdade seja dita: o segmento ainda não estava no patamar de crescimento que viria alcançar anos depois!

Peugeot 2008 GT 2025

Nunca foi um queridinho do mercado brasileiro, muito em virtude do câmbio automático de quatro marchas e da opção com o competente motor 1.6 turbo, o THP, ter somente câmbio manual. Isso tudo foi corrigido anos depois, mas ficou aquela imagem de que foi tarde demais e a falta de brilhantismo persistiria no meio de tantos concorrentes.

Peugeot 2008 GT 2025

O tempo passou e nada de atualizações significativas, apenas uma discreta mudança visual em 2019. E ele seguiu assim até 2024, acreditem, quase dez anos! Inclusive, testamos o modelo no “apagar das luzes” em 2023 na versão Griffe, modelo que de certa forma agradou em muitos pontos, mas inevitavelmente desapontou em vários outros em virtude do tempo. Carros são como seres humanos, necessitam de evolução constante.

Peugeot 2008 GT 2025

Até que chegou a nova geração, já vendida na Europa há algum tempo e trazida para o Brasil apenas na variante 100% elétrica e sem muita representatividade. Com ela, uma série de evoluções e uma ruptura basicamente total com o que tínhamos de conceito do Peugeot 2008, já que ele cresceu, ganhou bastante conteúdo e tecnologia, além de modernizações significativas de powertrain.

Peugeot 2008 GT 2025

E é inevitável que o primeiro assunto abordado por aqui não seja o visual! Com linhas marcantes e agressivas, o Peugeot 2008 esbanja personalidade e chama a atenção de diversas pessoas, até mesmo as menos atentas para carros “torcem o pescoço” para ele. Fica nítida a intenção da marca de aproximar ele do 3008, ao menos esteticamente, o que ficou muito bem-sucedido.

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A dianteira tem faróis que nessa versão são totalmente em LED e com projetores, além de uma grade com elementos na cor da carroceria e com a logo da Peugeot ao centro. Um detalhe interessante é o nome do modelo estampado também na dianteira, já que costumeiramente é colocado na traseira apenas. O para-choque repete a imponência e traz uma diferença em relação ao e2008 de outrora: os LEDs diurnos.

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Se anteriormente eles eram apenas um filete na horizontal e que acompanhavam os faróis, agora são uma peça independente, sendo três filetes em cada lado: isso faz parte da nova identidade visual da marca e ela busca simular as garras de um leão, afinal, o animal representa a Peugeot. Lateralmente, rodas de 17 polegadas com controverso desenho fazem parte do modelo, inclusive sendo a mesma em todas as versões. Acredito que a GT merecia um conjunto aro 18 – e mais bonito, claro!

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Retrovisores, colunas e teto, bem como um pequeno “friso” lateral são em black piano, acabamento que ao meu ver poderia ser repetido nas molduras plásticas das caixas de roda, mas a marca optou por deixar essas peças no tradicional preto fosco. Não é feio, mas penso que fica “muita informação”, embora facilite a limpeza de certa forma.

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Uma adoção bastante interessante da marca é a dos emblemas na cor cinza fosco, fugindo um pouco dos padronizados emblemas cromados e trazendo mais sobriedade aos produtos. Na traseira, lanternas em LED interligadas por uma barra preta com o nome da marca remetem diretamente ao irmão maior 3008. Lanternas e faróis são totalmente em LED, destacando os faróis que são do tipo projetor, fazendo com que haja maior eficiência, ao menos na teoria.

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Passado o imponente exterior, hora de falar do interior e, mais uma vez, o Peugeot 2008 mostra ter bastante personalidade. O painel traz um desenho e um conceito já bem aplicados e conhecidos na marca francesa, chamado i-Cockpit, onde o painel é visualizado por cima do volante e não por dentro. Uma espécie de “segundo andar”.

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Confesso que da primeira vez que dirigi um veículo desse tipo, inclusive foi o 2008 de primeira geração testado aqui, eu estranhei bastante nos primeiros dias e acabei não encontrando tão facilmente a posição de guiar ideal. No Peugeot 208 com motor Turbo 200 também testado por aqui já foi mais fácil de encontrar, vide o certo “costume” de já ter utilizado esse tipo de posição.

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Aqui no Peugeot 2008 de segunda geração também foi fácil de encontrar uma posição, mas ressalto que dependendo da estatura não será uma tarefa tão fácil assim. Aliás, meu pai que foi um dos maiores condutores do veículo nesse período acabou também elogiando bastante – ele possui 1,79 metro, enquanto eu possuo 1,75. O volante complementa isso com um tamanho bem diminuto e um aro mais fino.

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Outra coisa bastante peculiar da Peugeot são alguns comandos centrais em teclas que parecem um piano, acentua a sensação de “cuidado” e de certa forma denota um diferencial perante a maioria dos modelos. Acima estão dispostos alguns comandos que levam à central multimídia que falaremos depois, mas adianto que são de grande valia.

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Já com relação ao uso de materiais, não tem mistério, o 2008 está apenas na média do segmento. Isso, pois se apropria de plásticos rígidos em demasia, embora mescle texturas e os encaixes sejam bem-feitos, mas ao mesmo tempo, fica a sensação de que o capricho deveria ter sido maior. Sobretudo quando vamos comparar com o e2008, importado da Europa, que possui painel revestido em material macio.

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Assim como no painel, as portas também possuem plásticos em demasia, tendo os apoios de braço revestidos em couro com costura aparente – destaque para o revestimento nas portas traseiras, algo escasso em produtos atuais nessa faixa de preço! Os bancos seguem a mesma filosofia, couro com costuras na cor verde que, ao meu ver, casaria melhor somente no modelo elétrico em virtude do verde simbolizar algo mais sustentável.

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O assunto agora é a tecnologia embarcada do Peugeot 2008 e já adianto que é bem repleta de recursos. Começando pelo quadro de instrumentos digital que possui tela 3D, algo inexistente nesse tipo de veículo em outras marcas no Brasil e que agrega bastante ao modelo, sem falar na fácil visualização e resolução bastante satisfatória. Na minha concepção só poderia ser um pouco mais fácil de manusear, pois tudo fica basicamente controlado por um simples comando na haste de seta e um comando no volante.

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Item primordial em veículos de hoje em dia é a central multimídia e nisso o Peugeot 2008 manda muito bem! Inclusive, vale destacar que esse ponto foi criticado no 208 testado por nós há cerca de 10 meses e fica clara a melhoria da Peugeot nesse aspecto. Comandos responsivos, tela bastante nítida e variedade de comandos são os principais pontos desse equipamento comum à todas as versões do SUV.

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Com tela de 10,1”, dispõe de Android Auto e Apple CarPlay sem o uso de fios, valendo destacar que não há perda de qualidade de tela, ao contrário do que acontecia no 208 e no 2008 anteriores. Os comandos de ar, embora concentrados nela, são facilmente acionados por um botão no painel do veículo, fazendo com que não seja preciso um “malabarismo” para utilizar quando se espelha o celular, por exemplo.

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A conectividade pode ser feita ainda por meio de portas USB do tipo A e C, tendo uma de cada tipo na dianteira e na traseira, com as tipo C ideais para o rápido carregamento de dispositivos. Falando em carregamento, o 2008 tem carregador por indução e com uma excelente sacada: saída de ar para resfriamento do aparelho e, consequentemente, evitando sobrecarga da bateria em virtude do aumento da temperatura.

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Outro ponto de destaque é a qualidade de câmeras, outro ponto que era de crítica na gama da marca francesa quando comparado aos demais modelos de outras marcas da Stellantis (leia-se Jeep, Fiat e RAM). Independente da luminosidade do ambiente, a visualização é bastante fácil e o sistema aplicado no modelo faz com que o condutor visualize de diferentes ângulos e perspectivas. Na teoria, não há um sistema de câmera 360º, mas na prática sim!

Peugeot 2008 GT 2025

Por contar com câmera tanto na dianteira quanto na traseira, o Peugeot 2008 acaba de certa forma simulando uma visão 360º de cima do veículo, facilitando muito o estacionamento do veículo e sem muitas distorções. Nesse aspecto, grande ponto positivo para o SUV da marca francesa.

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A parte de climatização do Peugeot 2008 também chama atenção, pois a Peugeot dispõe de um recurso batizado de “A/C Max”, cuja função ao acioná-lo é aumentar a ventilação e reduzir a temperatura no mínimo, de modo a tornar a cabine mais cômoda num menor tempo. No entanto, peca por não ter saídas de ar traseiras, algo presente em veículos não apenas dessa precificação ou segmento, mas até mesmo mais acessíveis, como um Volkswagen Polo.

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Já nas dimensões, o Peugeot 2008 cresceu consideravelmente, saindo dos 4,15 metros da geração anterior para 4,30 metros da nova, mas destacando o crescimento do entre-eixos de 2,54 metros para 2,61 metros. Uma elevação de 7 cm que propicia um aumento do espaço interno, sobretudo para quem viaja no banco de trás. Logicamente, o tamanho dos ocupantes conta muito para definir se um espaço é bom ou não, mas tendo como parâmetro minha realidade de uso, o modelo acomodou muito bem os ocupantes durante os percursos.

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Já não é possível dizer o mesmo do porta-malas, pois ele segue pequeno, embora tenha saído de 355 litros para 374 litros – 1 a mais que o VW T-Cross, mas 20 a menos que o Chevrolet Tracker e 48 a menos que o Hyundai Creta, isso falando apenas de alguns e principais concorrentes do 2008. Acaba sendo uma herança do hatch 208, pois seu porta-malas também é menor que a média do segmento.

Peugeot 2008 GT 2025

Viajamos com o veículo com uma quantidade considerável de malas, além de minha cadeira de rodas, éramos 3 pessoas. Creio que uma a mais já complicaria a viagem, mas vai muito da realidade de cada indivíduo.

Outros detalhes, como motorização, desempenho e consumo virão em matéria a seguir. O objetivo aqui foi explanar detalhes do veículo, mas as impressões serão dadas em outro momento.