Que a eletrificação veio para ficar, muita gente já sabe, seja entre os puramente elétricos ou entre os híbridos (sejam leves, convencionais ou plug-ins), basicamente toda montadora ao redor do mundo terá algum modelo com propulsão elétrica. E, entre essas marcas, há a BYD.
Abreviação para “Build Your Dreams”, a marca tem origem no ano de 1995, na China, estando instalada no Brasil desde 2015, produzindo ônibus de diversos padrões com a propulsão elétrica, tendo como grande consumidora a cidade de São Paulo, mas obtém relativo sucesso por algumas outras cidades do país. Produz também módulos fotovoltaicos, desde 2017.
Porém, a marca também produz veículos e chegou ao Brasil em 2022, mediante importação, inicialmente com Tan e Han, dupla de modelos elétricos de luxo. Posteriormente, ampliando a gama com Song Plus e Yuan, dois SUVs, um híbrido e um elétrico, respectivamente. Mais recentemente, chegou o Dolphin, hatch de entrada da marca por aqui com propulsão totalmente elétrica e ele que é nosso alvo.
Isso, pois a marca chinesa e o Governo da Bahia estão se alinhando para a produção local na antiga unidade fabril da Ford que foi desativada em 2021, sendo então a terceira fábrica da BYD no território brasileiro. E, os planos iniciais da marca envolvem produzir por aqui tanto o Song quanto o Dolphin.
⇒ Sou PcD de “primeira viagem” nas isenções, do que preciso saber?
⇒ O que é uma adaptação para PcD e como identificar na CNH?
E está no Dolphin a maior expectativa para o público e o mercado PcD, pois se trata de um modelo totalmente elétrico com um preço abaixo de R$200 mil, teto estipulado para aquisição de veículos com isenção de IPI nessa modalidade de venda direta e, como já sabemos, para o veículo ser elegível, precisa ser produzido no Brasil ou em demais países do Mercosul.
E não para por aí. Com a nacionalização do hatch Dolphin, ele não só se qualifica para isenção de IPI em compras por venda direta ao público PCD, mas também pode obter isenção de 50% no IPVA em São Paulo e até mesmo isenção total em alguns estados, como Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e outros. Especificamente em São Paulo, essa concessão é dada a modelos híbridos ou elétricos cujo valor não ultrapasse R$ 150 mil.
Com isso, a BYD tem mais uma chance de fazer vanguarda, pois ela passaria a ter não apenas o primeiro, mas o único modelo 100% elétrico comercializado com isenção de imposto para pessoa com deficiência, uma demanda que ultimamente tem sido bastante elevada por nossos leitores, haja visto alguns fatores, como economia e praticidade.
O hatch compacto da marca chinesa que chegou ao Brasil custando R$ 149.990 traz consigo alguns atributos bastante interessantes, como entre-eixos de 2,70 metros (o mesmo de um Toyota Corolla) e lista de equipamentos bem interessante, com painel digital, central multimídia bastante completa e com a famosa tela giratória. Além disso, o modelo balançou o mercado, pois fez os concorrentes reduzirem significativamente seus preços.
E aqui falo de Renault Kwid E-Tech, Jac E-JS1 e Caoa Chery iCar, trinca de modelos vindos também da China. Caoa Chery tem fábrica no Brasil, bem como a Renault, mas pelo menos até o momento nenhuma delas tem a intenção de nacionalizar esses produtos, até em razão de um reduzido volume de vendas que provavelmente justificaria a decisão pela não nacionalização.
Com isso, caminho livre para a BYD mirar mais um público no país. Porém, vale ressaltar que, mesmo que o Dolphin seja nacionalizado, não significa que logo de cara será comercializado para PcD, uma vez que dependerá de homologação da Receita Federal, o que pode levar algum tempo para ocorrer.