A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apresentou um estudo que mostra a evolução das vendas de carros novos para locadoras.
Foram 520 mil unidades vendidas para empresas de locação em 2019, alta de 44% em relação ao volume de 2017. O mercado para o consumidor comum, no entanto, teve expansão de 14% na mesma comparação. As locadoras são isentas de impostos, mas precisam permanecer 12 meses com o carro para obter essa isenção na venda do veículo.
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As locadoras também se beneficiam de descontos que conseguem das montadoras devido às compras em grandes quantidades. Quando colocam o carro à venda no setor de seminovos a preço de mercado, conseguem obter margens de lucro maiores, que acaba batendo de frente com as vendas particulares e revendas tradicionais.
As revendas tradicionais, bem como os concessionários, apoiam um projeto de lei que visa aumentar o tempo de 12 para 24 meses, o prazo para revenda de carros adquirido por locadoras com isenção. No entanto, o presidente Anfavea, Luiz Carlos Moraes, afirmou que não faz sentido aumentar para 24 meses o tempo que as locadoras precisam esperar para revender veículos com isenção.
“Não estou defendendo as locadoras. Estou sendo racional. Falam desse tema como se o cliente não existisse. Ele existe”, afirmou o executivo. “Isso tem consequências econômicas? Tem. Como resolver isso? Vai prejudicar o consumidor? Aumentar o prazo para 24 meses? Não faz sentido”, afirmou o presidente da Anfavea, em coletiva de imprensa.
“Se a locadora deixa para revender o seu veículo apenas 24 meses depois, para ter direito à isenção, o carro ficaria por mais tempo disponível para aluguel e, portanto, mais desgastado para utilização de quem aluga. Os revendedores e concessionários precisam se adaptar a esse novo momento do setor, que, segundo Moraes, veio para ficar“, finaliza.