Um dos motivos que levou ao crescimento da americana Tesla foi a rede própria de recarga de seus modelos, exclusivamente elétricos, em um país de dimensões continentais como os EUA. A expansão relativamente rápida da rede, hoje 1.100 postos com até 10 pontos de recarga em cada um, tornou-se um atrativo para os compradores. Modelos mais caros da Tesla abasteciam de graça. No entanto, o sistema fechado a veículos de outras marcas cria mal-estar do ponto de vista de liberdade econômica. O governo americano já sinalizou que a rede de recarga deve ser pública e isso não excluirá a Tesla.
Os grupos automobilísticos também vislumbraram que os donos de carros elétricos não podem depender apenas de recarga doméstica ou em pontos de grande circulação urbana a exemplo de centros de compra, restaurantes etc. Moradores de edifícios, principalmente os mais antigos na Europa, enfrentam dificuldades. Nas estradas as distâncias são maiores e o alcance dos elétricos diminui em razão de menos freadas regenerativas prevalecentes em uso urbano.
A rede Ionity da BMW, Ford, Hyundai, Mercedes-Benz e VW inclui 400 postos e 1.500 carregadores de alta potência. Stellantis e outros fabricantes também decidiram agir na construção de redes próprias. Audi inaugura agora um projeto-piloto, em Nuremberg, Alemanha para construção de centros com seis carregadores de alta potência (até 320 kW). Permitem agendamento prévio por meia hora e no primeiro andar há um ambiente de convivência. Os pontos atuais de recarga ficam, em geral, ao ar livre e sem abrigo para motoristas e passageiros.
No Brasil, a Volvo anunciou que investirá, inicialmente, R$ 10 milhões numa rede rodoviária pública, sem cobrança, de 13 postos de recarga rápida de 150 kW. A empresa afirma já ter quase 1.000 eletropontos. A maioria, porém, é de baixo custo e baixa potência, mais adequada ao uso urbano. VW, Porsche e Audi começaram, em parceria com a EDP no ano passado, a montar eletropostos em estradas que partem de São Paulo. Investimento de R$ 32,9 milhões, ao longo de três anos, em 30 estações, incluindo unidades de 150 kW.
A marca sueca decidiu, semana passada, que seu principal modelo (40% das vendas), o XC40 Recharge, será oferecido apenas na versão 100% elétrica, a partir de 2022. Afirma ter sido a primeira “com coragem” de fazer um movimento desse porte. Entretanto, o principal motivo pode ser outro: o alto custo de homologação da versão híbrida plugável no Proconve L7, a partir de 1º de janeiro próximo. Esta norma brasileira de emissões baseia-se na dos EUA, onde a Volvo também não homologou o XC 40 híbrido.
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A nova geração do Tiggo 7, produzida em Anápolis (GO), é o décimo lançamento da Caoa Chery em quatro anos. Versão Pro (R$ 179.990, mas deve aumentar logo) conviverá com a atual TXS (R$ 154.990). Estilo atraente, em especial quando visto de três quartos de traseira. Ganhou 2 cm na distância entre-eixos (2,67 m): pequena melhora para quem senta no banco traseiro. Interior é todo novo. Destaque para desenho e pega da alavanca do câmbio automatizado de duas embreagens e sete marchas. Alguns cromados desnecessários no interior. Tela multimídia de 12,5 pol., mas não totalmente preenchida ao espelhar as rotas do Waze ou Google Maps.
Motor 1,6 turbo de 187 cv/28 kgf.m é o mesmo do Tiggo 8. Com 110 kg a menos que o modelo maior apresenta respostas melhores, inclusive em relação aos concorrentes diretos Compass e Taos. Entre 10 itens de assistência ao motorista o alarme de colisão traseira, que está em poucos carros hoje e pode evitar engavetamento. Muito útil o alerta de abertura também para as portas traseiras.
ALTA RODA
SEGUNDO a Wings, empresa pernambucana especializada em eletrônica veicular, chips de funcionalidades específicas como os de interação entre diversos itens, adaptadores de velocidade e assistência para estacionar devem demorar mais para ter o fornecimento regularizado em 2022, provavelmente no segundo semestre. Sistema multimídia, por exemplo, exige 12 chips semicondutores. Flexibilidade de projeto, segundo o co-fundador João Barros, permitiu continuar produzindo 24.000 multimídias por mês.
COMMANDER Overland TD380, primeiro Jeep de sete lugares produzido no Brasil, é mais do que simples versão alongada do Compass. Apresenta personalidade própria, flexibilidade do banco traseiro corrediço e acesso relativamente bom ao terceiro banco. Console ligeiramente mais largo, porém ocupantes de estatura maior perdem um pouco de espaço lateral para as pernas. Bom acabamento interno. Volume do porta-malas entre 233 e 661 litros, mas o método de medição mudou e dificulta comparações. Motor Diesel 2-litros tem mesma potência (170 cv) e torque 8% maior (38,7 kgf.m) que o do Compass. Quase tão silencioso quanto um motor Otto, destaca-se pelo baixo nível de aspereza e desempenho adequado. Apesar dos 4,80 m de comprimento pode ser guiado sem sustos.
Por: fernandocalmon.com.br