As notícias ainda não são boas, mas a recuperação nas vendas de veículos leves e pesados está em curso mesmo com horário reduzido das concessionárias, depois de conhecidos os números de julho, que teve dois dias úteis a mais que junho. Segundo Alarico Assumpção Jr, presidente da Fenabrave, “o mercado vem, gradativamente, se ajustando e o índice de confiança começa a melhorar. Há retração menor do que a esperada do desemprego e melhora no nível de aprovação cadastral para financiamento de veículos que atingiu 7 em cada 10 fichas, próximo ao normal”.
Entre os veículos leves (94% do total) a diferença de julho deste ano, comparado ao mesmo mês de 2019 foi de menos 29,7%. No acumulado dos primeiros sete meses do ano contra igual período de 2019 a queda foi de 37%, já abaixo dos 40% previstos pela Anfavea. A tendência parece indicar que a queda em 2020 poderá ser menor que 30% à medida que a economia brasileira comece a reagir.
Grande parte de recuo deve-se às locadoras que praticamente pararam de comprar. Isso atingiu fortemente os hatches compactos e, como lembra o consultor Francisco Mendes, estes tradicionalmente dominam as vendas. Em julho quatro SUVs aparecem entre os 10 mais vendidos. Destaque foi a primeira colocação do T-Cross, líder absoluto pelo segundo mês consecutivo. No entanto, a própria VW aponta que as vendas da versão Sense, para compradores PCD, estavam represadas pela pandemia. Não tira o mérito, mas há uma razão. Essas distorções estatísticas tendem a continuar.
Existe, porém, outro problema apontado por Cássio Pagliarini, da Bright Consulting. Para ele a pandemia obriga elevação de preços e dificulta a recuperação em razão das altas do dólar, de despesas logísticas por atrasos, frete aéreo e troca de fornecedores, além do custo da ociosidade. O mix maior de SUVs eleva o tíquete médio dos produtos e isso limita a recuperação mais acelerada do mercado.
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Recentemente, Mary Barra, CEO da GM mundial, admitiu que será bem difícil expandir as vendas de veículos elétricos nos EUA. A frota atual americana, a maior do mundo, consiste de 250 milhões de automóveis, picapes, SUVs, vans e caminhões, quase todos de motores a combustão apenas. Somando híbridos plugáveis e elétricos há pouco mais de 0,5% desses veículos em circulação. A participação de mercado caiu de 2% em 2018 para 1,9% em 2019. Isso apesar de subsídios gordos em alguns Estados importantes como a Califórnia.
Uma das razões foi a queda do preço do petróleo e, consequentemente, da gasolina. A outra são os longos deslocamentos em um país coberto por estradas. Ônibus e trens, muito poucos. A GM e a Tesla estão apostando numa nova bateria que pode durar um milhão de milhas (1,6 milhão de quilômetros), mais rápida de carregar e de reciclar sem cobalto e com eletrodos de estado sólido. Motoristas americanos rodam em média 25.000 km/ano (o dobro do Brasil) basicamente por autoestradas. Não querem perder tempo ao abastecer ou risco de esgotar a bateria.
A Tesla baixou os preços dos seus carros e já não oferece recarga grátis para seus modelos mais caros, o S e o X.
No Brasil, também com grandes distâncias, mas infraestrutura precária, o problema é agravado pelos altos preços. Há exceções. A Porsche abriu a pré-venda do seu sedã elétrico Taycan entre R$ 589.000 e R$ 979.000. O Panamera, um modelo maior, tem preços entre R$ 567.000 e R$ 997.000 com propulsão convencional. Diferença até aceitável. O novo Peugeot 208 elétrico chega em dezembro e também se espera preço razoável.
Elétricos puros e híbridos plugáveis representam apenas 0,1% do mercado brasileiro.
A palavra está na moda e em tradução livre significa multicanais de atendimento, unindo on line (internet, computadores, smartphones, redes sociais, chatbot (robô de atendimento) e SAC) ao off line (presencial). Com o isolamento social, ficou mais evidente que as empresas precisam se reinventar, independentemente do ramo de atuação.
Para Frederico Menegatti, CEO da Getrak, especializada em sistemas web de rastreamento, a tecnologia também tem sido essencial para proporcionar um bom relacionamento entre cliente e empresa.
“Quando lidamos com situações em que o estado emocional fala mais alto, como pessoas que tiveram carros roubados ou empresas que perderam mercadorias, toda atenção e acompanhamento inteligente em tempo real faz a diferença. Independentemente do canal de atendimento, a premissa pelo bom relacionamento deve ser o pilar principal do seu negócio. Para que isto aconteça é importante a empresa estar integrada de ponta a ponta com tecnologias que auxiliem as informações circularem por todo o negócio. Isto tem gerado resultados surpreendentes e cada vez mais determinantes para o sucesso junto aos clientes”, explica.
E acrescenta: “Não é fácil manter bom engajamento. Nessa etapa muitas empresas ganham notoriedade ou se perdem de vez.”