A venda no Brasil desde 1998, a Fiat Strada sempre foi um grande sinônimo de força, robustez, durabilidade e confiabilidade, sendo o modelo mais vendido do seu segmento já há um tempo e, ao longo desses anos, tendo enfrentado concorrência de peso. Ford Courier e Chevrolet Montana são claros exemplos disso, assim como a VW Saveiro que é a única sobrevivente que não sucumbiu ao sucesso da picapinha da marca italiana.
Porém, ela sentiu o peso da idade, pois passou de duas décadas na mesma geração e carecia de novidades, o que acabou ocorrendo em plena pandemia, no ano de 2020. Inovar sempre esteve no DNA da Fiat Strada, já que ela foi não apenas a primeira picape do segmento a ter cabine dupla (2009), mas foi a primeira a ter três portas (2013). Então, chegava a hora da Strada inovar novamente com a nova geração e isso novamente aconteceu.
Ela foi e é até então a primeira e única picape de entrada a venda com quatro portas, sendo que a sua concorrente principal Saveiro tem cabine dupla sim, mas apenas com duas portas. Com isso, a Strada chegou a um novo patamar, onde ela assumia de fato um caráter não somente de carro profissional, mas também uma opção para o lazer e outras finalidades. Logo, ela também se mostrou até mesmo como alternativa a sedans compactos e SUVs de mesma faixa de preço.
Porém, o que levaria uma pessoa a preferir uma Fiat Strada a um sedan, por exemplo? Simples, a versatilidade oferecida pelo modelo, muito em virtude de uma suspensão mais robusta e de uma caçamba ligeiramente superior a um porta-malas convencional, tendo 844 litros de capacidade contra uma média de 500 litros de um sedan.
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Já falamos de robustez, versatilidade e agora vamos falar da principal mudança da linha 2024 que é o motor Turbo 2000 adotado nas versões Ranch (testada) e Ultra. Ele em conjunto com o câmbio CVT de 7 marchas simuladas é responsável por conferir um excelente desempenho à picape da marca italiana, tornando-a ágil em diversas situações e atendendo demandas mais difíceis com maestria.
São 130 cavalos no etanol e 125 na gasolina, tendo torque de 20,4 kgfm a apenas 1.500 rpm, levando a compacta aos 100 km/h em até 9,8 segundos, bem superior aos 12,9 segundos da versão Volcano 1.3 CVT. Logo, aqui falamos também da primeira e única picape 1.0 turbo do país.
Abordamos mecânica, versatilidade e robustez, então chegou a hora de juntar tudo isso e associar ao público PcD, nosso principal leitor e interessado. Decidir pela aceitação do empréstimo do modelo pela Fiat do Brasil não foi muito fácil, pois como já sabemos não é um veículo elegível a ter isenções de impostos. Agora, será que em 2023 isso ainda faz sentido?
Após passar uma semana com o modelo a resposta é categoricamente não! Picapes há muito tempo eram sim objetos meramente de trabalho, mas eram períodos de modelos sem muitos atrativos, como presença de câmbio automático, tecnologias, além da própria questão já citada anteriormente da ausência de um caráter mais voltado ao público geral por conta de acomodarem muitas vezes apenas duas pessoas.
Hoje, entre as picapes até R$ 200 mil, teto de isenção de IPI, temos com cabine dupla e câmbio automático não apenas a Fiat Strada, mas também a Chevrolet Montana relançada esse ano, bem como Renault Oroch e a irmã maior Fiat Toro, esta consagrada no mercado desde 2016, com a Oroch tendo 1 ano a mais de mercado, estreou em 2015.
Ou seja, são pelo menos 8 anos de picape com quatro portas e transmissão automática no Brasil e até hoje a lei que concede a isenção de IPI para PcD não foi revisada, sendo que a oportunidade veio em 2021 quando se alterou o teto, entre outras questões. Porém, vamos ser honestos e entender que existem sim projetos de lei que visam mudar isso.
O mais conhecido é da deputada federal Liziane Bayer (Republicanos-RS), de nº 1883/2022, apensado a outros de mesma relação, mas que até hoje sequer foi apreciado e votado, tendo a tramitação “jogada para trás” em relação a algumas outras demandas.
Hoje em dia, picapes não devem ser vistas apenas como utilitários e veículos de trabalho, mas sim como boas opções de veículos para PcDs, ampliando o leque que a cada ano que se passa fica mais reduzido, além também de quem sabe cativar outros para a aquisição de veículos com isenção, já que existem pessoas com deficiência em zonas rurais, por exemplo, onde uma picape se encaixaria perfeitamente.
Com esse argumento, fica nossa manifestação de opinião para os legisladores de nosso país, que olhem para a pessoa com deficiência de forma mais atenta, assim como para as montadoras que, mesmo sem isenções, quem sabe ofertem bonificações para que se tornem opções atrativas de aquisição.
A resposta da pergunta do título dessa matéria não é sim, mas um com certeza!