No Brasil, também existe este interesse e até exacerbado. Basta ver a repercussão nas redes sociais do episódio de um proprietário de Tesla, em São Paulo, flagrado dirigindo com o banco reclinado e, aparentemente, dormindo. Na realidade ele estava fingindo apenas, para chamar a atenção. Esse tipo de comportamento ocorreu várias vezes nos EUA, logo que as vendas daquele modelo decolaram por lá.
Há uma escala de um a cinco que a americana Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE, na sigla original) criou para diferentes níveis de autonomia. Tesla e outros modelos de várias marcas estão no Nível 2,5 que exige o motorista tocar no volante em intervalos fixos de tempo. No começo deste ano a Honda conseguiu homologar no Japão o primeiro carro de Nível 3, o Legend. São apenas 100 unidades a US$ 102.000 (R$ 570.000). Neste caso, o motorista ainda precisa monitorar o trânsito e estar pronto a intervir. No Nível 4 não há necessidade de supervisão e no Nível 5 pedais e volantes nem existem mais.
No entanto, ainda prevalece grande desconhecimento sobre veículos autônomos (VA). Isso ficou claro em uma pesquisa da consultoria JD Power publicada agora em 30 de novembro, nos EUA. O estudo foi feito em conjunto com o instituto MIT e uma entidade conhecida como PAVE (Parceiros para Educação sobre Veículos Autônomos, em inglês).
A conclusão apontou que “os consumidores não sabem o que não sabem”. Mais do que simples jogo de palavras, há uma lacuna significativa entre o conhecimento real e o percebido acerca de VA. Prova disso é que 19% dos entrevistados acreditam que veículos totalmente automatizados estão disponíveis para compra hoje. Trata-se de uma crença incorreta, também compartilhada por 16% dos proprietários de Tesla.
A indústria, então, precisa ser o catalisador para educar o público para além dos métodos tradicionais de aprendizagem.
Bryan Reimer, cientista pesquisador do MIT, ressaltou outro aspecto. “Segurança é fundamental ao construir qualquer experiência de direção autônoma. Pequenos contratempos na confiança do público pelo uso indevido de sistemas ou uma falha de desempenho com base em expectativas equivocadas do consumidor podem dificultar as implantações nas próximas décadas.”
Por esses motivos está tão difícil prever quando, de fato, os VA avançarão. Poderão fazer entregas urbanas em rotas segregadas ou transportar passageiros sob condições controladas como acontece nos EUA e China. Tecnologia celular 5G será fundamental, porém cravar uma data é pouco factível.
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ALTA RODA
NOVA picape intermediária Chevrolet Montana mantém-se dentro do cronograma esperado. Unidades de pré-série começam a ser montadas no final de 2022, mas início da produção está marcado para janeiro de 2023, segundo minhas fontes. Lançamento deve ocorrer no primeiro trimestre daquele ano. Ao contrário de rumores recentes, não há previsão de versão 4×4. Tração nas quatro rodas aumentaria a massa do veículo e exigiria um motor bem mais potente que foge dos parâmetros de custos do projeto original.
SITE Automotive Business completou 25 anos e organizou semana passada um dos eventos on line mais concorridos de 2021. Um trabalho de fôlego que em dois dias reuniu 10 superespecialistas (os game changers) nos temas de mobilidade e 60 palestrantes divididos em três trilhas de atuação. Palestras e debates focaram o ambiente de recuperação do setor e as peculiaridades do mercado brasileiro. O País tem como influenciar outros países sem condições econômicas e financeiras para a virada de chave que avança acima da linha do Equador.
HYUNDAI Creta exibe estilo controverso dos faróis e lanternas, mas há qualidades do produto a ressaltar. Interior ficou bem melhor, incluindo quadro digital de 7 pol. e tela multimídia de 10,25 pol. Além do indispensável autohold (freio automático de imobilização), duas câmeras laterais projetam a retrovisão no campo visual central do motorista. Acabamento bem cuidado, espaço interno ampliado e portas malas de 422 litros destacam-se. Motor 1-litro turbo limita o desempenho, mas o 2-litros aspirado resolve.
SUV elétrico BYD Tan, de sete lugares, começa a ser vendido no primeiro trimestre de 2022. Preço a definir, na faixa de R$ 450 mil/R$ 500 mil. Grande (4,87 m de comprimento; 2,85 m de entre-eixos) e pesado (número não informado) o chinês se destaca pelo nível de equipamento que inclui até câmera de filmagem interna. Tração 4×4 sob demanda (motor dianteiro, 245 cv e traseiro, 272 cv, totalizando 517 cv) permite acelerar de 0 a 100 km/h em 4,6 s, entre os mais rápidos desse segmento de elétricos.
CUMMINS completou 50 anos de atuação no Brasil com plano de diversificar sua linha de produtos para veículos pesados e geradores de energia elétrica. Além de diesel e gás, pilhas a hidrogênio para motores de caminhões e estacionários completarão o portfólio. A empresa também fornecerá hidrogênio para qualquer veículo.
Por: fernandocalmon.com.br