Até o final deste ano espera-se resolver o maior imbróglio jurídico e processual envolvendo o seguro obrigatório DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de via Terrestre). Criado em 1974, indeniza vítimas de acidentes de trânsito independentemente de identificação do veículo envolvido ou de culpados. Com características de imposto, tornou-se teoricamente mais fácil de administrar após a criação em 2007 da Seguradora Líder do Consórcio do Seguro DPVAT S.A., que reuniu 30 empresas do setor.
A distribuição do total arrecadado mantinha equilíbrio: 45% repassados ao Sistema Único de Saúde, 5% para campanhas de segurança no trânsito e 50% para administração e pagamento das indenizações. O problema foi a má administração e as fraudes contra o seguro. A Líder chegou a pagar 60.000 indenizações por morte, em um único ano, número cerca de 50% maior que os registros de outras fontes como o INSS.
A empresa alegou que havia processos acumulados de alguns anos e tinha ampliado para 8.000 os postos de atendimento para facilitar a entrega de documentação. No entanto, uma investigação do Ministério Público e da Polícia Federal de Minas Gerais apontou suspeitas de irregularidades administrativas e no pagamento dos acidentados, entre outras. Os valores de indenizações e do DPVAT ficaram congelados nos últimos 10 anos.
Diante da resistência da Líder em rever estes valores sem aumentar o preço do seguro (prêmio, no jargão deste setor), o governo anterior iniciou um processo unilateral de redução dos prêmios que culminou, no atual governo, com a isenção do DPVAT para motoristas e motociclistas somente em 2021. Em novembro de 2020 a empresa decidiu pela dissolução, mas continuará responsável por indenizações de acidentes ocorridos até 31 de dezembro de 2020.
A Superintendência de Seguros Privados, uma autarquia federal, espera ter novo desenho do sistema até meados deste ano para discussões. Trata-se de um desafio encontrar solução ao mesmo tempo transparente e técnica, além de manter a capilaridade hoje alcançada.
A concorrência entre as seguradoras aqui tem de voltar, como era no passado, antes da Líder. Difícil é conseguir evitar que o prêmio aumente para motoristas e motociclistas só a partir de ganhos administrativos e controle de desvios e fraudes. Claro, isso é fundamental, mas sem a diminuição do número de acidentes que depende da consciência de cada um e de um esforço educativo, pode preparar o bolso.
Na maioria dos países o seguro é de livre contratação e nem sempre obrigatório. Na Alemanha, por exemplo, existe o de responsabilidade civil vinculado ao proprietário e não ao veículo. Cobre até pequenos danos materiais a terceiros. Custa em torno de 20 euros (R$ 130,00) por mês, 12 vezes mais caro do que o DPVAT em base anual. No entanto, a cobertura vai até dois milhões de euros (R$ 13 milhões) por acidentes de trânsito, pessoal e de trabalho.
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ALTA RODA
PRESIDENTE mundial do Grupo VW, Herbert Diess, afirmou recentemente que não teme a concorrência de um possível carro autônomo que a Apple estaria desenvolvendo até 2025. De fato, os desafios são grandes para empresas de alta tecnologia sem base industrial e que dependerão de terceiros. No entanto, o grupo alemão acaba de firmar parceria inédita com a Microsoft. Utilizará seus serviços em nuvem para uma iniciativa essencial: atualização de softwares pelo ar. Será fundamental para avançar em sistemas autônomos e na eletrônica de bordo. Do trem de força às grandes telas no interior dos veículos. Como nos celulares.
NOVO AUDI A5 Sportback é um sedã-cupê com estilo dos mais atraentes. Oferece o mesmo motor com dois níveis de potência: 190 cv e 249 cv. Novidade mecânica é o alternador reversível em motor de arranque, por meio de correia, e adoção de uma bateria de íons de lítio de 12 V no lugar da tradicional de 48 V dos modelos de maior porte da marca. Isso permitiu oferecer assistência elétrica a custo menor. Também novidade são os faróis de LED Matrix antes só disponíveis nos modelos mais caros. Sua capacidade de adaptação instantânea às condições noturnas significa grande avanço em termos de segurança. Preços: R$ 284.990 a 329.990.
CADERNO especial sobre vacinas foi preparado pela Transporte Moderno. A edição mostra histórico da pandemia, desenvolvimento das vacinas e o trabalho de operadores logísticos em entregá-las, no menor tempo possível, em todo o Brasil. De autoria de Fred Carvalho, pode ser acessado pelo link.
NOVA Zona Azul de São Paulo é uma das primeiras a aplicar Smart Parking, solução de gestão de estacionamento em tempo real. Radares e sensores mapeiam vagas, enquanto o motorista pode acessar as informações e pagar pelo celular. Segundo Bruno Neves, da Tecnowise, o Brasil conta com estimados três milhões de vagas pagas de todos os tipos. O setor movimentou cerca de R$ 15 bilhões em 2019.
Por: fernandocalmon.com.br