Lançado em 8 de maio de 1980, o Gol completa 40 anos de produção e tem uma coleção de títulos ao longo destas quatro décadas. Foram produzidas 8,5 milhões de unidades, das quais 1,5 milhão exportadas, além de manter a liderança no Brasil por 27 anos seguidos (1987 a 2013), contando o primeiro e o último ano.
Destaco duas curiosidades em sua longa história. O Gol foi lançado com motor longitudinal de 1,3 L do Fusca com um só carburador e estepe no cofre do motor. Ao chegar o motor 1,6 L de dois carburadores, o estepe passou para o porta-malas por falta de espaço. Mas a concessionária Condor, de São Paulo, teve a ideia de recolocar o estepe no cofre do motor invertendo a posição de montagem. Pouco tempo depois a própria fábrica adotou a solução.
O Gol nasceu para usar motores longitudinais e o capô alto atrapalhava a visibilidade para motoristas de menor estatura. Por isso a fábrica colocou uma regulagem básica de altura do banco, algo que só existia em carros mais caros na época. Na quinta geração, em 2008, o motor passou a ser transversal, a visibilidade melhorou, mas manteve a regulagem do banco.
Durou apenas uma semana a experiência da prefeitura de São Paulo em impor um rodízio radical de veículos na cidade. O sistema previa que os finais de placas ímpares só poderiam circular nos dias ímpares e os finais de placas pares, nos dias pares. A ideia era retirar 50% dos veículos leves de circulação numa tentativa de aumentar o isolamento social para ajudar a frear os casos de Covid-19 na cidade e utilizar mais o transporte coletivo. Táxis e profissionais da saúde eram exceção, embora estes fossem obrigados a redigir um pedido de isenção em um momento que estavam sobrecarregados de trabalho.
A medida tinha alguma lógica (até a Anfavea concordou), mas partiu de premissas erradas. Cerca de 40% de todas as viagens na capital paulista são feitas por automóveis normalmente, incluindo táxis e aplicativos. Nesse período de pandemia a circulação já havia caído e depois aumentou porque as pessoas precisam trabalhar. Porém, com 50% da frota de carros fora das ruas o transporte coletivo ficou sobrecarregado. As aglomerações nos terminais aumentaram e também no interior de ônibus, trens e metrô. Mesmo usando máscaras, a proximidade entre os usuários piorou.
Ônibus mais modernos com ar-condicionado têm sistemas eficientes de renovação do ar interno, mas isso não é garantia de não contaminação pelo novo coronavírus. Além disso, corrimões e alças só podem ser desinfetados no final do dia.
O único ponto positivo desse imbróglio foi o reconhecimento de que a iniciativa não deu certo e a sua revogação.
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Um dos aspectos mais discutidos no mundo hoje é a mobilidade urbana. A brasileira Bright Consulting preparou um relatório aprofundado sobre os Novos Serviços de Mobilidade (NSM), por empresas de aplicativos e de compartilhamento em geral, para os próximos anos no mundo e no Brasil, incluindo aspectos em que o novo coronavírus terá influência.
Obtive acesso com exclusividade às conclusões do estudo, aqui resumidas.
[Por Fernando Calmon]