Em franca expansão no mercado brasileiro no segmento de veículos eletrificados, a BYD lança no país mais um modelo, o BYD Song Pro 2025, sendo o terceiro híbrido a venda por aqui, além do SUV Song Plus e do recém-chegado sedan King. Ostenta o título de híbrido mais barato do país, estreando em duas versões de acabamento.
E o Mundo do Automóvel para PcD conheceu o modelo a convite da concessionária BYD Carmais da cidade de Natal-RN, a quem agradecemos. Logo, veja uma breve análise de alguns pontos do modelo que, apesar de não ser comercializado com isenções para pessoas com deficiência, tende a agradar boa parte do público.
O SUV da marca chinesa, embora já tenha anunciada uma mudança no seu país de origem, traz um design bastante atual, marcante e bonito, com dianteira trazendo uma ampla grade com acabamento black piano e uma régua na cor cinza na parte superior ostentando o emblema da BYD. Seu conjunto óptico é totalmente em LED, mas sem faróis de neblina. Em relação ao irmão maior, o Song Pro, as diferenças são relativamente pequenas.
Lateralmente são vistas as rodas de 18 polegadas que são bastante bonitas e equipam tanto a versão GL (fotos) quanto a topo de linha GS. Com pneus 225/60, fica a impressão de que as caixas de roda poderiam ser mais completas, adotando rodas de 19 polegadas pelo menos na versão mais completa. Porém, não é algo que prejudique o visual de forma contundente.
A traseira corrige o que na minha opinião é um exagero da marca em seus produtos. BYD é a sigla para a frase em inglês Build your Dreams que em português significa Construa seus Sonhos. Porém, os modelos trazem não a sigla estampada, mas sim a frase escrita por inteiro no meio da tampa do porta-malas.
Com o Song Pro isso é diferente, deixando o visual menos “poluído” e como consequência mais atraente. Sem falar nas lanternas também totalmente em LED que são interligadas de forma luminosa, outra característica bastante marcante de seus produtos.
Chama a atenção o nível de qualidade do acabamento do BYD Song Pro, adotando em seu painel uma boa parte em material macio, mesclando com plásticos de diferentes tipos e textura que possuem bons encaixes. As quatro portas possuem o mesmo nível de acabamento, um diferencial para os dias atuais nessa faixa de preço, onde o acabamento da traseira acaba sendo empobrecido.
Além do mesmo material emborrachado na parte superior, uma faixa de plástico levemente suave ao toque completa uma das texturas do painel e tanto a lateral de porta quanto o apoio de braço possuem couro claro de bastante qualidade e aspecto. A parte inferior é em plástico, mas é algo comum e não é exigível nesse patamar de veículo algo superior.
O modelo também possui bancos em couro claro com costuras laranjas que, particularmente, considero que poderiam ter uma cor mais “convencional”, mas que com a convivência é algo que acaba se acostumando. Surpreende o banco traseiro com três níveis de reclinação para o encosto, potencializando o conforto de quem vai atrás.
Sobre os ocupantes traseiros, o BYD Song Pro dispõe de saídas de ar e duas portas USB, sendo uma do tipo A e outra do tipo C.
Por último, mas não menos importante, as telas do modelo são de qualidade bastante expressiva, mas a central multimídia poderia ter brilho um pouco mais intenso, ficando contrastante em relação ao painel de instrumentos.
Sobre a multimídia, são diversos recursos existentes, entre eles o comando de voz que permite que várias funções do veículo sejam controladas sem uso de botões. É a tradicional tela giratória de 12,8 polegadas, tendo ainda Android Auto e Apple CarPlay sem fio, além de visualização da câmera 360º do modelo que tem função 3D e excelente resolução.
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Com um entre-eixos de 2,71 metros, o BYD Song Pro tem um excelente espaço interno, além de também acomodar três ocupantes no banco traseiro com relativa tranquilidade que, somando com o encosto regulável e com o conforto do material utilizado, proporciona uma vida a bordo bastante tranquila.
Já o porta-malas tem 520 litros de capacidade, a mesma de um sedan como o Fiat Cronos, além de ser 80 litros maior que a do Toyota Corolla Cross e 110 litros maior que a do Jeep Compass. Contudo, falamos de um porta-malas relativamente raso e sem possibilidade de ajuste do piso, o que pode facilitar para colocar alguns objetos, mas dificultar em outros casos. Não há estepe.
Assim como a dupla King e Song Plus, o Song Pro tem um propulsor 1.5 aspirado por baixo do capô que sozinho gera 98 cavalos e 12,4 kgfm – números bem reduzidos para um modelo desse segmento. Porém, o modelo tende a privilegiar o motor elétrico em seu uso, esse de números bastante superiores, tendo 197 cavalos e 30,6 kgfm de torque instantâneos.
Combinados, rendem ao SUV uma potência de 223 cavalos e 40,8 kgfm de torque (235 cavalos na versão GS), bem mais que os números fornecidos pelo rival da Toyota na versão híbrida (122 cavalos e 16,6 kgfm). Seu 0 a 100 km/h é de 8,3 segundos.
Com relação a autonomia, o modelo tem declarado um surpreendente número de 1.100 km, desde que tanque e bateria estejam cheios, isso pelo ciclo NEDC, adotado na China. De acordo com o ciclo do INMETRO, o BYD Song Pro possui 68 km de autonomia somente no modo elétrico e 780 km contabilizando o motor a combustão.
Em duas versões, GL de R$ 189.800 e GS de R$ 199.800, o Song Pro entrega uma lista de equipamentos bem razoável para o seu preço, sendo mais barato que seu rival direto Corolla Cross Hybrid em ambas as opções de acabamento. Com boa oferta de potência e torque, o modelo tende a corresponder no uso, mas é algo que só saberemos com efetividade ao andar no veículo.
O padrão de acabamento adotado é outro fator que chama bastante a atenção e pode ser bastante decisivo na hora da compra, assim como o espaço interno. Contudo, pesa contra o modelo a ausência de assistentes à condução, como piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência e alerta de ponto cego.
Esses componentes podem ser vistos em uma série de outros modelos mais baratos que o Song Pro e sequer são opcionais por aqui, algo que também pode pesar na decisão, mas nesse caso, negativamente. Ademais, ele entrega oito anos de garantia sem limite de quilometragem para as baterias e seis anos para o veículo em si, também sem limite de quilometragem.
Fato é que a BYD está em constante expansão no segmento automotivo nacional, o que é altamente louvável, vide a competitividade gerada que só tende a acrescentar para nós consumidores. Ademais, a produção nacional prevista para 2025 deve fazer com que a marca ganhe ainda mais mercado e conquiste a confiança daqueles que ainda não apostaram na marca.
Como o preço vigente é o de pré-venda para as três mil primeiras unidades, ainda fica difícil saber quanto deve custar após o término desse processo, mas provavelmente não será tão acrescido em relação ao praticado hoje, mantendo a ideia do custo x benefício. Ademais, quando for nacionalizado, poderia ser uma alternativa para o público PcD que carece de opções eletrificadas.