Avaliação

Avaliação Fiat Cronos Drive 1.3 CVT: a marca italiana acertou ao apostar na troca de motores e câmbios!

Veja avaliação completa de um dos modelos mais queridinhos do público PcD atualmente.


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Por Bruno Arthur, de Recife-PE (@mundodrive).

Não é de hoje que se escuta: Fiat sabe vender carro barato. Há controvérsias, como a Fiat Toro e a dupla de SUVs, Pulse e Fastback. Mas, quantas vezes você viu um Argo ou Cronos em versões com motor 1.8 (HGT ou Precision) nas ruas? E as versões de entrada desses carros? De montes, né?

A Fiat tentou emplacar o seu sedan compacto importado da Argentina. Jogando na categoria de compacto premium com Volkswagen Virtus, Nissan Versa e cia, ele nunca foi tão bem em vendas. Tem entre eixos menor, menos tecnologia, e menos segurança de impacto. Itens que o público de carros mais baratos, geralmente não olha.


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Há cerca de 1 ano, a Fiat fez uma substituição com as versões do Cronos. Enquanto o motor 1.8 eTorQ e o câmbio automático de 6 marchas saíram de cena, o 1.0 Firefly de 65 cavalos a menos entrou em jogo, junto do câmbio automático CVT no motor 1.3 – colocando o motor de 107 cavalos como versão topo, ao contrário dos antigos 139 cavalos do EtorQ.

Passei uma semana com a versão Drive, acompanhada do motor 1.3 de 4 cilindros e até 107 cavalos, junto com o CVT que simula 7 marchas e veio do Toyota Yaris. Se tiver algo mais confiável que motor aspirado e câmbio CVT, desconheço. Por essas e outras, ponto positivo para o Cronos!

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O conjunto agrada mais na hora de abastecer, do que em viagens. De fato, o CVT e as duas válvulas por cilindro, fazem o motor gritar em rodovia. Mas o foco do Cronos é servir famílias e pessoas que trabalham no dia a dia – um uso que demanda menos do acelerador, por motivos de segurança e economia de combustível.

Na cidade ele é imbatível, e chega a ser mais atraente do que o conjunto 1.5 + CVT de Toyota Yaris e Honda City, assim como o 1.6 e CVT do Nissan Versa. O consumo de 8.5km/l de etanol na cidade, é um dos principais atrativos para os donos de Cronos 1.8 – que no maior esforço, não atinge esse número nem com gasolina!

A suavidade de um câmbio CVT, junto de uma gelatinosa suspensão da Fiat, se traduz em um carro macio e pacato. Acredito ser o único sedan – que já testei mais de 5 vezes – a não raspar em quebra-molas nem arranhar o para-choque. No dia a dia ele não tem pancadas secas como City e Virtus, mas não é tão mal calibrado como o Yaris. É a tangencia entre o conforto e a segurança.

Se consumo, conforto e espaço (com porta-malas maior que o Toyota Corolla), não são problemas para o Fiat Cronos. Por outro lado ele já sente o peso da idade na tecnologia, porque ter uma central multimídia de 7 polegadas e espelhamento apenas por cabo em um carro de quase 100 mil, é quase um pecado! Além de deficiente em funções, ela é limitada passado os anos, pois, por ser flutuante, durante o uso prolongado, o aquecimento deixa o software lento – inclusive com ocorrências de travamento na câmera de ré. Custava colocar a central de 8,4” do Pulse, dona Fiat?

No cockpit até que temos uma lista de funções mais vastas que os concorrentes da mesma faixa de preço. O volante já tem comandos de som, paddle shift e até modo Sport. Enquanto o painel tem tela pequena (3,5 polegadas), as suas funções parecem ter saído de um scanner, pois mostra velocidade, 3 modos de Trip, temperatura do óleo e até voltagem da bateria, e como se não bastasse, ainda mostra a música ou rádio que está tocando. Tamanho? Não temos. Funções? Passam dos limites!

No externo, o Cronos continua sendo esquecido pela Fiat. Lembra das primeiras unidades da Toro? As versões de entrada até tinha LED no topo dos faróis, mas ele não servia de DRL. Para época, aceitável. Atualmente, onde até Fiorino tem função de DRL nos faróis halógenos, custava a Fiat ter aumentado a potência do filete de LED que fica nos faróis? Ele já existe, só não tem potência suficiente para se livrar de acender os faróis durante o dia. Já na traseira, o oposto: uma lanterna em LED – com design bonito e italiano, diga-se de passagem – acompanha o Cronos desde a versão de entrada. Faz sentido a ausência dessa função, se até o Pulse manual, mais barato que o Cronos topo de linha, tem o farol Full-LED.

A Fiat peca em mais duas coisas, mas não é sua culpa. Por anos ela insistiu em rodas bonitas e grandes, como a aro 17 do Cronos HGT, mas as rodas ficavam empoeiradas no estoque, enquanto provavelmente faltavam calotas na linha de produção. O cliente de Cronos não exige esse equipamento, mesmo um carro automático de quase 100 mil reais, ter meio que uma obrigação a vir equipado com rodas. O segundo ponto é mais crítico, mas sai de cena pelo mesmo motivo da roda: os 4 airbags. Por anos eles foram oferecidos, é mais uma vez esquecidos pelos consumidores na hora de comprar o Cronos 0km. De uma coisa já entendemos: segurança não faz falta para os brasileiros, afinal, Onix tinha zero estrelas no LatinNCAP, e foi durante anos o carro mais vendido do Brasil.

Bom, pontos positivos e negativos apresentado aos senhores e as senhoras. O que eu acho do Fiat Cronos Drive 1.3 CVT? O carro mais justo e acertado para comprar com câmbio automático e muito espaço. Vai fazer feliz na hora de abastecer, quando abrir a mala, e quando olhar a belíssima traseira dele. Só se lembre de acender os faróis durante o dia em rodovia e levar o cabo USB sempre, afinal, na minha opinião durante o uso do Cronos, esses são os defeitos do sedan mais barato do Brasil! Ah, e a Fiat acertou na na decisão, porque só fez trocar motor e câmbio no line-up, que fez o Cronos sair dos bastidores, para a vice-liderança anual entre os sedans compactos no país.

Como o modelo se posiciona no mercado PcD?

Desde a sua chegada em 2018, o Cronos se mostrou um queridinho do público PcD, tendo condições de aquisição bastante interessantes com isenções e bônus, algo de praxe na marca italiana. É fato que isso se perdeu com o tempo, mas ele voltou a ter seu merecido destaque.

Com a adoção do câmbio CVT em 2022, ele voltou a ter opções com isenção de ICMS, ainda que dessa vez com redução proporcional por estarem no teto de R$ 100 mil. Com os aumentos, a versão topo Precision passou a ser ofertada somente com isenção de IPI, mas a Drive automática continua bastante atrativa.

Seu preço público na cor preta é de R$ 97.990, tendo então a isenção integral de IPI, a proporcional de ICMS e um bônus da montadora que reduzem o preço para R$ 80.080,25, ligeiramente mais barato que o outro representante sedan na mesma faixa de preço, o Toyota Yaris Sedan.

É detentor também do maior porta-malas entre todos os carros no teto do ICMS, sendo uma excelente opção para cadeirantes e(ou) PcDs com grandes famílias.

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Redação