O Global NCAP divulgou no último dia 28 de junho os resultados de um teste de colisão do tipo “carro a carro” com o objetivo de mostrar ao mundo a diferença no nível de segurança dos carros nos diferentes locais do globo. O ato foi em preparação para a primeira Reunião de Alto Nível sobre Segurança Viária na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Esse teste consistiu no impacto entre dois modelos da marca Hyundai e que são similares, o Accent que é vendido nos Estados Unidos e o Grand i10 sedan comercializado no México. Em ambos os países, é o que a marca sul-coreana dispõe de mais acessível no segmento de sedans.
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Além disso, o Hyundai Accent, produzido no México para o mercado dos EUA, é oferecido com seis airbags e controle eletrônico de estabilidade (ESC) como equipamento padrão. O modelo i10, produzido na Índia para o mercado mexicano e outros países da América Latina e do Caribe, é apresentado com apenas dois airbags e sem ESC.
No teste, puderam verificar que o Accent apresentou estrutura estável durante a colisão e propiciou bom nível de segurança para o motorista, ao passo que o Grand i10 teve estrutura instável e proteção ao motorista ineficaz, traduzindo numa eventual gravidade de ferimentos maior e que acarretaria numa nota zero se fosse um teste padrão.
Fotos dos testes:
Veja abaixo as declarações de executivos do Latin NCAP e do Global NCAP:
Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP, disse:
“Este teste é uma chamada de atenção para os consumidores, reguladores e fabricantes de veículos. Todos os consumidores, não importa onde morem, têm o direito de receber o mesmo nível de segurança em seus veículos. A lacuna de segurança transfronteiriça não deve mais existir. Apelamos aos fabricantes para que parem com as estratégias de duplo padrão em todo o mundo”.
David Ward, Presidente da Towards Zero Foundation e do Global NCAP, disse:
“É muito decepcionante ver uma lacuna tão grande na segurança dos veículos entre o México e os Estados Unidos. Uma das principais razões tem sido o “lobby” incessante da Associação Mexicana da Indústria Automotiva para atrasar a implementação dos padrões mínimos de segurança veicular da ONU. Isto aconteceu primeiro para testes de colisão frontal, colisão lateral e para controle eletrônico de estabilidade e agora novamente para proteção de pedestres. O duplo padrão em segurança veicular é, muitas vezes, uma moeda de troca para as associações da indústria automotiva. Por causa disso, a Reunião de Alto Nível da ONU em Nova York esta semana deve enviar uma mensagem clara para a indústria automotiva para parar com suas táticas dilatórias e implementar os padrões de segurança veicular mais importantes em todo o mundo”.
Stephan Brodziak, Presidente do Comitê de Direção do Latin NCAP, disse:
“Dói testemunhar mais uma vez o terrível duplo padrão com que parte da indústria automotiva opera nos países da região da América Latina e do Caribe, o que inevitavelmente nos obriga a pensar no sofrimento que os veículos construídos sob este esquema acabam causando em nossas famílias, sociedades e economias. Além disso, revela a grande questão pendente para que o mercado automobilístico latino-americano amadureça: a ausência de rótulos de segurança veicular que alertem os usuários e consumidores sobre os riscos de carros de baixa segurança, e que nos permita avançar para uma lógica comercial que insere a indústria automotiva estabelecida em nossos países em uma competição pelo desempenho de segurança oferecido que vai além do marco regulatório de um país”