Avaliação

5 Pontos: Nissan Sentra Exclusive 2025

Sedan médio da marca japonesa que foi recentemente renovado foi o avaliado da vez no M.D.A, veja as impressões.


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O Mundo do Automóvel para PcD recebeu mais um veículo para testes e dessa vez foi o primeiro modelo da japonesa Nissan a passar por nossa avaliação: o Sentra na versão topo de linha Exclusive com interior Premium. Após nove dias, selecionamos o que vimos de positivo e de negativo no modelo.

Remodelado para a linha 2025, o Sentra ganhou uma nova grade e um redesenho nos componentes do para-choque dianteiro, mas perdendo os faróis de neblina, o que foi alvo de algumas críticas no ato do lançamento. Contudo, quando falamos de PcD, temos aqui um modelo de grande custo x benefício, principalmente na versão de acesso.


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Vamos começar pelos pontos que agradaram e posteriormente os demais:

PONTOS POSITIVOS

1.Conforto

Como é de se esperar de um sedan médio, o conforto do Nissan Sentra é bastante notório, com bastante suavidade ao rodar, ainda que seja um veículo baixo. Ao passar por ruas esburacadas e com pavimento ruim, a suspensão absorve muito bem e os impactos são pouco percebidos na cabine.

Além disso, o modelo conta com bancos bastante confortáveis, sobretudo na traseira, fator crucial para pessoas com algum tipo de patologia na coluna, onde as eventuais dores possam ser potencializadas em viagens longas, por exemplo. Tudo isso é fruto do que a Nissan chama de tecnologia Zero Gravity, onde ela se inspira em estudos da NASA para oferecer mais segurança, conforto e controle para os passageiros.

2.Acabamento

O padrão de acabamento do Nissan Sentra é o melhor que pode ser visto em um veículo da marca japonesa a venda no Brasil hoje, tendo boa parte do painel revestida em material macio – no caso do exemplar testado, toda a parte em caramelo. Já indo para as portas, há uma diferença entre as dianteiras e traseiras.

As portas da frente possuem o mesmo material macio nas partes superior, central e apoio de braço, enquanto as traseiras possuem plástico rígido na parte superior, embora mantenham o padrão nas demais partes. Ainda assim, o Sentra não possui rebarbas em seu acabamento, sendo tudo muito bem montado.

Sem deixar de falar no console, que acompanha o apoio de braço central no que diz respeito ao acabamento, repetindo o couro visto no painel e bancos.

3.Porta-malas

Com 466 litros de capacidade, o Nissan Sentra fica numericamente devendo de forma considerável a sedans de segmentos inferiores, como Fiat Cronos com 525 litros e Volkswagen Virtus com 521. Tem, inclusive, 4 litros a menos que o rival direto Toyota Corolla.

Contudo, isso não significa que tenha uma mala pequena, cumprindo muito bem o propósito de um sedan e, como tem a “boca” bastante ampla, o compartimento é bastante fácil de abrigar uma cadeira de rodas do tipo monobloco. Valendo destacar a necessidade de remoção de ao menos uma das rodas.

4.Qualidade sonora

O sedan da marca japonesa dispõe de um sistema de som premium assinado pela marca Bose, dispondo de 4 auto-falantes, 2 twitters e 2 subwoofers, garantindo uma experiência sonora bastante limpa e agradável.

Mesmo no mais alto volume, não são percebidas distorções de áudio e o acabamento não fica ruidoso, algo que é comum em sistemas sonoros de menor qualidade. Esse diferencial, porém, é restrito ao Sentra Exclusive, pois o Advance dispõe de um sistema de som “convencional”.

Inclusive, fica a sugestão para aperfeiçoar ainda mais: auto-falante no apoio de cabeça do motorista, tal qual acontece no Kicks Exclusive.

5.Assistência ao condutor

Na linha 2025, a Nissan levou boa parte dos recursos de assistência à condução da versão Exclusive para a Advance. Logo, a versão de acesso hoje conta com frenagem automática de emergência, alerta de ponto-cego, alerta de mudança de faixa e de tráfego cruzado traseiro.

Porém, a versão Exclusive tem, além disso, o piloto automático adaptativo, recurso o qual vejo como bastante imprescindível não apenas no segmento e na faixa de preço atuantes, mas também em veículos que vão ser adquiridos por PcDs.

Embora o principal foco do ACC seja a segurança e o conforto, para esse público ele também significa qualidade de vida, já que, principalmente em viagens, a fadiga será consideravelmente menor. Porém, o primeiro ponto negativo também tem a ver com esse recurso.

Bônus: preço para PcD

Com preço público a partir de R$ 180.190 na versão Exclusive com Interior Premium, o Nissan Sentra tem uma grande redução para pessoas com deficiência, já que além da isenção do IPI tem um generoso bônus da marca japonesa que é até maior que o imposto.

Na modalidade ele fica por R$ 138.490, ou seja, uma redução de R$ 41.700, o que faz dele uma grande opção no segmento. Como referência, o Toyota Corolla Altis 2.0 tem preço público de R$ 187.520, enquanto para PcD fica a partir de R$ 162.477,37.

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PONTOS NEGATIVOS

Relembrando mais uma vez que não estamos falando de coisas que desabonam o produto e sim observações que foram vistas durante a avaliação.

1.ACC “pela metade”

Em veículos mais caros, como o Nissan Sentra, o piloto automático adaptativo é do tipo Stop&Go, ou seja, ele permite o uso também em cidades. Isso, pois com o sistema ativado o veículo freia por completo e também pode acelerar de acordo com o veículo da frente.

No modelo da marca japonesa o recurso de parar por completo até está presente, mas o motorista é obrigado a intervir acelerando o veículo até chegar a 40 km/h, velocidade necessária para que o sistema seja reativado. Vale a atualização de parte da montadora.

2.Central multimídia

Um dos principais “pênaltis” de marcas japonesas é a multimídia e com a Nissan não é diferente. Com tela de oito polegadas e estilo “flutuante”, a central multimídia do Sentra peca quando o assunto é atualidade, pois ela fica devendo em qualidade de tela e até mesmo no layout que é o mesmo adotado há bastante tempo na marca.

Além disso, fica devendo o espelhamento de celulares via Android Auto e Apple CarPlay sem fio. Eu, por exemplo, nesses oito dias com o veículo, precisei pegar o meu cabo do carregador para que utilizasse o recurso, algo que no meu carro que custa cerca de R$ 40 mil a menos não preciso fazer.

3.Ausência de sensor de chuva

Mais um recurso ausente no modelo da marca japonesa é o sensor de chuva, embora ele tenha o intermitente variável que é de bastante serventia. Contudo, num veículo onde já tem os recursos de sensor crepuscular e de retrovisor fotocrômico, a ausência dele é bastante sentida.

É certo que quando o condutor perceber a chuva ele acionará o limpador do para-brisa, mas querendo ou não, o recurso do sensor também é presente em alguns veículos de preço menor.

4.Lanternas traseiras sem LED

Aqui é mais uma “economia” promovida pela Nissan, já que as lanternas traseiras sequer possuem uma assinatura em LED para agregar (ainda mais) na beleza do veículo. Modelos, como o sedan Volkswagen Virtus e o SUV Fiat Fastback são exemplos de lanternas traseiras totalmente em LED e com preços menores.

Aliás, o próprio Nissan Kicks possui assinatura na traseira nas versões mais caras do modelo e ele custa cerca de R$ 25 mil a menos que o Sentra, considerando as opções mais completas de cada um. O LED não é apenas um agregador estético, mas também proporciona melhor eficiência e menor consumo energético.

5.Freio de estacionamento no pé

Deixei por último aquele que talvez seja um dos principais motivos para que um interessado por sedans não adquira o Nissan Sentra: o freio de estacionamento no pé. Seu principal rival, o Toyota Corolla, possui o freio manual tradicional, enquanto alguns outros veículos já o possuem de forma elétrica.

Muito é alegado que como o veículo é comercializado nos Estados Unidos e vem do México, acabam por manter esse item, já que é deveras tradicional, principalmente no primeiro país. Contudo, vale novamente frisar que estamos falando de um veículo sofisticado e de custo relativamente elevado.

Ademais, isso inviabiliza que muitas pessoas com deficiência tenham o veículo, pois a maioria possui limitações físicas que fazem com que o freio não seja acionado. Um paraplégico, por exemplo, não consegue utilizar.

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Published by
Carlos Augusto Nascimento