Avaliação

5 Pontos: Peugeot 208 Griffe Turbo 200 CVT

Versão topo de linha do hatch passou por nossa avaliação por uma semana, veja o que mais agradou e o que mais incomodou no modelo.


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O Mundo do Automóvel para PcD avaliou durante sete dias uma unidade do hatch Peugeot 208 na versão topo de linha Griffe e equipada com o novo conjunto mecânico composto do motor Turbo 200 e câmbio automático do tipo CVT. E, como tem sido de praxe no M.D.A, o modelo passa pelo quadro “5 pontos”.

Esse quadro consiste na pontuação de 5 pontos de destaque e 5 pontos de atenção percebidos no exemplar durante a avaliação, valendo adiantar que no geral o modelo surpreendeu positivamente, muito embora alguns pontos tenham desagradado.


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Vamos começar pelos pontos que agradaram e posteriormente os demais:

Pontos positivos do Peugeot 208 Griffe Turbo 200 CVT

1.Motorização

O 208 com a motorização Turbo 200 herdada da Fiat ficou um carro extremamente prazeroso de guiar, tendo respostas bem rápidas no acelerador, fruto de bastante torque em baixas rotações e de uma das maiores potências do segmento. O exemplar estava abastecido na gasolina, então vamos usar apenas esse combustível como referência, embora seja flex.

Logo, são 125 cavalos a 5.750 rpm com torque de 20,4 kgfm a apenas 1.750 rpm, possuindo relação peso x potência de 8,9 kg/cv, bastante atrativa para a proposta. Seu 0 a 100 km/h de acordo com a ficha técnica é de 9 segundos.

É um carro que ao mais simples toque mais forte no acelerador é capaz de cantar pneus, então exige relativo cuidado, sobretudo levando em conta o público PcD que dirige somente utilizando as mãos. Já o modo Sport eleva o giro do motor e deixa as “trocas de marcha” em rotações maiores, também deixando o acelerador um tanto quanto mais sensível.

2.Consumo

O consumo do 208, assim como no 2008 THP avaliado no ano passado, surpreendeu bastante positivamente. Na cidade, sempre com ar-condicionado ligado e gasolina, o modelo facilmente atingiu os 11 km/l, o que é bastante satisfatório, vide o fato de ser um veículo extremamente apropriado a situações urbanas.

Já em rodovia, o modelo fez em nossa avaliação entre 13,5 e 14 km/l, também com gasolina e ar-condicionado ligado, sempre rodando com no máximo três pessoas no veículo.

Pelo INMETRO, o modelo faz na gasolina 12,5 km/l na cidade e 14,1 km/l em trecho rodoviário, ou seja, nossa média urbana não chegou perto da média homologada, ainda que tenha sido bem satisfatória. Lembrando que o PBEV é apenas um parâmetro e as médias de consumo dependem de vários fatores.

3.Posição de dirigir

Diferente do 2008 em que demorei alguns dias para achar uma boa posição de guiar, no 208 isso foi rapidamente alcançado, tendo o mesmo conceito i-Cockpit onde o painel fica um nível acima do volante, sendo enxergado diferente da forma convencional.

Dependendo da estatura pode ser um incômodo, mas o 208 dispõe de volante e banco do motorista reguláveis em altura e profundidade, fazendo com que a função de achar uma boa posição seja mais fácil. Ademais, esse modo peculiar proporciona ao veículo um guiar mais seguro, já que o volante é pequeno e fica sempre “na mão”.

4.Estabilidade

Puxando o gancho do ponto anterior, a estabilidade é um ponto alto do 208, conferindo segurança e conforto em curvas mais acentuadas, muito em virtude do bom coeficiente de arrasto (Cx), 0.33. Como é um hatch, em algumas ocasiões, o modelo acaba “escapando” um pouco a traseira, mas nada exagerado como em alguns outros veículos do segmento ou até mesmo superiores.

5.Lista de equipamentos

O Peugeot 208 Griffe tem preço público sugerido a partir de R$ 116.490, o que faz dele o hatch compacto em versão topo de linha mais em conta do país. Enquanto Onix Premier custa R$ 117.480, Polo Highline custa R$ 118.990 e HB20 Platinum Plus custa R$ 121.690. Isso só listando os principais concorrentes 1.0 turbo.

E, ainda assim, a Peugeot traz o 208 com uma lista de equipamentos bem interessante, com itens “triviais” para essa faixa de preço, como ar-condicionado digital, chave presencial, central multimídia, bancos em couro e trio elétrico.

Porém, o 208 Griffe traz como exclusividade um teto panorâmico que confere um requinte maior ao modelo e uma (necessária) sensação de amplitude ao habitáculo do modelo. Faróis em LED o Polo traz, mas só o modelo da marca francesa dispõe de projetores, o que contribui para uma melhor eficiência.

Painel de instrumentos totalmente digital também vem no hatch da marca alemã, mas só o 208 tem a visão 3D, recurso bastante interessante e de certo modo bonito, embora peque em funcionalidades e modos de visão.

O 208 tem também o sistema ADAS de assistência à condução, contemplando alerta de colisão, frenagem autônoma de emergência, leitor de placas e de faixas com correção (não centraliza), detector de fadiga e farol alto automático. Só ele e o HB20 trazem esses recursos nessa faixa de preço.

Bônus: custo x benefício

Como tem boa lista de equipamentos e é o hatch topo de linha mais barato do Brasil, o 208 Griffe como consequência dispõe de bom custo x benefício, já que por menos de R$ 120 mil são vistos recursos de veículos de preços superiores. É o carro perfeito? De forma alguma, inclusive os pontos abaixo mostrarão isso, mas o que queremos enfatizar é que o cliente que optar pelo modelo terá bons recursos em uma precificação acertada.

Sobretudo no PcD, já que pelo menos ainda ele dispõe de isenção de ICMS proporcional que, somando ao IPI isento e ao bônus de fábrica, proporciona uma redução de preço para R$ 97.633,31. Considerando o trio de modelos 1.0 turbo já citado acima, o 208 segue sendo o hatch mais barato na modalidade PcD e levando em conta as versões topo de linha.

Porém, como já está próximo do teto de R$ 120 mil, logo deverá ultrapassar essa faixa e dispor somente da isenção do IPI.

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Pontos de atenção do Peugeot 208 Griffe Turbo 200 CVT

1.Sistema ADAS

Tudo bem que estamos falando de um modelo de “entrada”, então não dá para exigirmos um assistente à condução de nível premium, como o da Volvo. Porém, o assistente de faixa do 208 não é muito bem calibrado e de certo modo confuso, já que em algumas vezes ele não reconhece faixas bem pintadas e ao mesmo tempo ele reconhece outras não tão pintadas assim. Nisso, o concorrente HB20 Platinum Plus se sai superior.

Outra questão é a ausência do piloto automático adaptativo, recurso que aumentaria o leque de assistências e faria bastante importância para a pessoa com deficiência ou qualquer outra que venha a desenvolver percursos maiores, muito embora o 208 não seja um carro que “canse” muito o condutor.

Porém, falamos aqui de uma questão de certo modo até perdoável, já que o HB20 também possui ADAS e não tem o ACC, ficando esse recurso apenas para o Honda City Touring de R$ 138.000 – consideravelmente mais caro e sem motorização turbo.

2.Espaço interno

O Peugeot 208 é um carro bastante acanhado para os ocupantes do banco traseiro, tendo entre-eixos de 2,53 metros, um dos menores do segmento, dificultando um pouco a vida dos ocupantes, sobretudo se os da frente tiverem uma estatura maior. Duas crianças vão tranquilamente, enquanto dois adultos vão de forma razoável e três adultos já tornam a situação um pouco mais complicada.

Mas a justiça também seja feita, estamos falando de um carro de proposta mais urbana e não de um cujo propósito principal seja viagens e longos percursos, embora isso ocorra com diversas pessoas. Outro ponto é que o 208 é um projeto europeu trazido para o Brasil, ou seja, públicos totalmente distintos.

3.Porta-malas

Com 265 litros de capacidade, o Peugeot 208 peca no porta-malas, sendo menor até mesmo que o de um Renault Kwid (290 litros). Cadeira de rodas, por exemplo, não vai montada e não cabem as rodas dependendo do tamanho, necessitando que elas sejam colocadas junto aos passageiros.

Não que em um hatch isso seja prioridade, mas quando vamos para os concorrentes temos capacidades na casa dos 300 litros na maioria dos casos e isso propicia melhor comodidade, principalmente quando falamos de pessoa com deficiência.

4.Qualidade da tela da central multimídia

Com tela de 10 polegadas, a central multimídia do Peugeot 208 é junto com a do Volkswagen Polo uma das maiores do segmento de hatches compactos no mercado brasileiro e tem recursos honestos para os dias de hoje, como o espelhamento via Android Auto/Apple CarPlay sem uso de fios.

Porém, quando vamos para qualidade de tela, vemos que o 208 peca nesse ponto, principalmente no uso do espelhamento, onde se demanda muitas vezes os aplicativos de navegação Google Maps ou Waze. A depender da claridade do ambiente, o visor facilmente é ofuscado e durante a noite não é uma tela com boa nitidez, tendo uma percepção “embaçada”.

5.Qualidade da câmera de ré

A Peugeot poderia herdar a qualidade de câmera de ré da Fiat e da Jeep, de muito boa resolução e qualidade de imagem bastante interessante, já que o 208 peca um pouco nessa questão. Longe de ser péssima como em alguns carros de marcas japonesas, mas um fator que faz com que o 208 devesse ter melhorias nisso é a visão 180º e a visão zoom que proporcionam melhor versatilidade em manobras.

Além disso, poderia ocupar um espaço maior da central multimídia, aproveitando a tela de bom tamanho.

Bônus: comportamento do câmbio

Esse ponto entrou como bônus pelo fato de como ter sido o primeiro exemplar do 208 T200 utilizado por mim, não dá para cravar se é algo do modelo cedido ou do produto em si.

Ele utiliza o mesmo câmbio CVT de sete marchas simuladas que a Fiat adota e particularmente sempre gostei do comportamento que muitas vezes faz parecer se um automático com conversor de torque tradicional. Porém, caso seja algo comum a todos, a calibração no 208 ainda exige um pouco de correção.

Isso, pois quando o condutor está parando em um semáforo, por exemplo, e como consequência o câmbio vai reduzindo as marchas, o carro apresenta uma vibração exacerbada, sobretudo ao já parar o veículo. Comportamento similar ao de um carro com o sistema Start&Stop de desligamento automático do motor.

Ademais, em retomadas, o modelo tende a segurar um pouco mais o giro para depois responder ao toque maior no acelerador. De certo modo é algo “característico” dos CVTs, mas não foi algo notado durante nossos testes com Pulse Audace e Strada Ranch de mesmo conjunto mecânico.

Galeria de fotos: Peugeot 208 Griffe Turbo 200 CVT

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Published by
Carlos Augusto Nascimento